
a "nossa" Emilia, Dirce Migliaccio, usou o finzinho do seu pó de
pirlimpimpim e fez sua ultima viagem.
“- “Mas afinal de contas, Emília, que é que você é?”
Emília levantou para o ar aquele implicante narizinho de retrós e respondeu:
- Sou a Independência ou Morte.”
(Memórias da Emília)
“Eu nasci boneca de pano, muda e feia, e hoje sou até marquesa.
Subi muito.
Cheguei muito mais que vintém.
Cheguei a tostão.”
(Fábulas)
“…a vida, Senhor Visconde, é um pisca – pisca.
A gente nasce, isto é, começa a piscar.
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu.
Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso.
É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda,
até que dorme e não acorda mais.
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas.Cada pisco é um dia.
pisca e mama;pisca e anda;pisca e brinca;pisca e estuda;
pisca e ama;pisca e cria filhos;pisca e geme os reumatismos;
por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre – perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese.
É ou não é?”
(em Memórias de Emília)

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